Certa vez em uma aula de Geografia, um professor ao dar exemplos sobre poluição do meio ambiente disse: ''Aquele barquinho de madeira de Yemanjá demora uma eternidade para se decompor''. Pensei que no fundo a colocação tinha um fundo de verdade, porém não encontrava outra maneira do que essa para agradar a rainha do mar. Até que no dia 5 de agosto de 2012, enquanto leio o Jornal Extra, me deparo com a seguinte reportagem ''O cardápio verde dos orixás'', de Bruno Cunha, mostrou algo realmente muito interessante em uma época em que virou moda falar de desenvolvimento sustentável.
A reportagem como a introduzir algumas trocas no ''cardápio'' como a banana ouro no lugar do feijão fradinho de Oxum, abacaxis no lugar da pipoca de Obaluaê e até a mudança do material do barquinho de Yemanjá, que no caso vira uma jangada de bambu. E com mudanças como essa que os praticantes de um terreiro preservam a natureza, que é a morada dos orixás.
Pai Marcus Xavier defende a mudança pelo fato das frutas serem mais biodegradáveis do que as comidas e a maioria das oferendas são depositadas no quintal do terreiro, virando adubo no solo, e ele lembra que de jeito algum é contra quem usa as comidas em seus cultos.
Me lembrei também das aulas de Fundamentos de Análise Ambiental, aplicadas pelo grande professor Luis Fernando da UERJ/FFP, que nos explica e ensina como tratar os dejetos orgânicos de nossos lares, como a compostagem, que nesse caso seria de grande proveito.
A reportagem ainda cita uma cartilha que ensina a fazer as oferendas para orixás de maneira sustentável, que fora feita com a ajuda de cerca de 750 religiosos, que além de oferendas dão dicas como esperar a vela que você ascender queimar e após isso retirar toda a cera.
Isso mostra que até mesmo uma religião com uma tradição secular pode mudar seus hábitos e ajudar em um mundo mais sustentável e se nela tem espaço cabe a nós em nosso cotidiano mudar alguns de nossos hábitos para também contribuir para um mundo sustentável.
