Juntar geografia e religião é uma tarefa um tanto quanto árdua. Além do mais quando se encorpora a educação ao contexto. A Geografia da Religiões nos da um parâmetro incrivelmente rico sobre as relações sociais provenientes das questões religiosas de um determinado espaço e é nele que ocorre os choques religiosos(preconceitos) que geram a intolerância religiosa.
Como já visto aqui anteriormente, a educação religiosa, quando em caráter abrangente, pode ajudar a diminuir o preconceito através do esclarecimento de que não existem más religiões e sim um mal uso delas( ver postagem anterior). Nas próximas linhas irei tratar de uma religião que por tristes acontecimentos acabou se criando uma certa forma de misticismo sobre ela: O Islamismo.
O Islamismo é na atualidade a 2° maior religião do mundo e a maior parte de seus fiéis estão localizados nos países árabes do oriente médio e no norte da áfrica.. Tem caráter monoteísta, onde aparece a figura de Alá como o Deus dos islâmicos. Possuem seu próprio calendário que se inicia no ano de 622 d.c., que tem como marco inicial emigração de Maomé à Medina. Foi criada por Maomé na região que hoje compreende a Arabia Saudita e tem como livro sagrado o Corão ou Alcorão, que contém as revelações de Alá ao profeta Maomé, que foram passadas a ele pelo anjo Gabriel. O Alcorão é dividido em 114 capítulos(suras). Existem duas correntes no islamismo, que são os sunitas e os xiitas, onde a grande maioria, com 85%, é sunita. Acreditavam também na vida após a morte e no juízo final, com a ressurreição de todos os mortos.
O fato de ter sido originada em uma região de constantes conflitos e com o surgimento, no inicio séc. XX, de seu fundamentalismo religioso, que teve seu ápice com os ataques de 11 de setembro de 2001. Vale aqui ressaltar que muitos dos governos fundamentalistas que chegaram ao poder com o respaldo dos E.U.A. e depois se voltaram contra eles.
Com isso se criou uma visão mítica que o povo islâmico é, generalizadamente, terroristas e/ou podem vir a explodir a qualquer momento. Puro preconceito gerado pela falta de informação ou por uma informação falsa. Então... Como o ensino religioso pode desmitificar essa visão generalizada?
Simplesmente informando aos alunos que esses atos terroristas são provenientes de um grupo de pessoas que, se comparados com o total de seguidores do islamismo, é muito pequeno. E também ensinar como se deu sua gênese e propagar os ensinamentos contidos no Alcorão, em que se destacam-se a onipotência de Alá, a importância de praticar a bondade, a generosidade e a justiça o relacionamento social.
Com isso concluímos que ao passar o conhecimento e os fundamentos básicos sobre o islamismo, podemos derrubar a intolerância e o preconceito que existem.
Legal a iniciativa do blog, parabéns!
ResponderExcluirSó pra retificar: O islamismo tem diversos segmentos além dos xiismo/sunismo como o sufismo e os ahmadiyya, por exemplo.
Vale lembrar também que construção ocidental sobre o Oriente relacionado ao fundamentalismo islâmico está inserido numa lógica imperialista, a exemplo do discurso democrático "salvador" e civilizatório que é munido de boas doses de etnocentrismo.
Por isso é preciso ter muita cautela, esse preceitos já estão enraizados na nossa sociedade e precisam ser desconstruídos aos poucos, com muita infomação de fontes confiáveis. Lembrando que certas práticas, como a mutilação feminina são culturais e não pertencem à religião. O próprio "machismo proibitivo", como na Arábia Saudita, é uma questão cultural que erroneamente busca ser fundamentada por esses povos a todo o custo através de interpretações tendenciosas do islã. Outra questão, como a pena de morte por apedrejamento, realmente faz parte do islã, mas depois de uma análise mais crítica através de um estudo aprofundado, é possível ver que essa penalidade não é muito diferente da morte na cadeira elétrica, assim como praticado nos EUA.